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Direito a Deus

Comer juntamente com os hebreus era abominação para os egípcios 

A passagem descrita em Gênesis é mais uma demonstração de que a palavra hebraica 'toevah', presente em Levítico 18:22, era utilizada no contexto de rituais religiosos

Publicado em 18/05/2022

Dentre as várias histórias bíblicas que ficaram famosas, a venda de José por parte de seus irmãos talvez esteja entre as mais conhecidas.

José era filho de Jacó e o livro de Gênesis conta que seus irmãos, com inveja dele, resolveram vendê-lo como escravo (Gênesis 37). José, então, é levado para a cada de Potifar no Egito. Depois de um tempo, o capítulo 41 relata que José interpreta os sonhos de faraó e é elevado ao cargo de governador do Egito. O final desse capítulo relata o início de sete anos de fome em todas as terras, mas no Egito havia mantimento.

Jacó, sabendo que havia mantimento no Egito, envia seus filhos para comprar comida. Ao chegarem lá, a quem clamaram por comida? Exatamente a José, o então governador do Egito. Eles não reconheceram o irmão (aproximadamente 20 anos haviam se passado), mas José os reconheceu. Certamente José estava bem-vestido e com todos os acessórios egípcios. Além disso, o livro diz que havia um intérprete que promovia a comunicação entre eles.

Bom, o fato é que José queria saber de Benjamim e de seu pai Jacó. Benjamim era o seu irmão mais novo, filho de sua mãe. Os demais irmãos eram filhos de outras mães com Jacó. Nisso, os irmãos retornam com comida, mas com a advertência de que só deveriam retornar ao Egito com Benjamim.

Quando o mantimento acabou, Jacó enviou novamente os seus filhos, os quais levaram Benjamim, conforme exigência de José. O capítulo 43 relata que José ordenou que seus irmãos fossem levados para sua casa para que comessem com ele ao meio-dia. Quando José chegou e a comida foi servida, o versículo 32 traz um trecho interessante:

Depois, lavou [José] o rosto e saiu; e conteve-se e disse: Ponde pão. E puseram-lhe a ele [José] à parte, e a eles [irmãos de José] à parte, e aos egípcios que comiam com eles à parte; porque os egípcios não podem comer pão com os hebreus, porquanto é abominação [toevah] para os egípcios” (Versão Almeida Revista e Corrigida)

A versão Bíblia de Jerusalém traz a seguinte tradução:

Serviram-no [José] à parte, eles [irmãos de José] à parte e à parte também os egípcios que comiam com ele, porque os egípcios não podem tomar refeições com os hebreus: têm horror disso”.

Por sua vez, o capítulo 46:33-34 traz uma advertência de José para os seus irmãos:

Quando, pois, acontecer que Faraó vos chamar e disser:  Qual é o vosso negócio? Então, direis: Teus servos foram homens de gado desde a nossa mocidade até agora, tanto nós como os nossos pais; para que habiteis na terra de Gósen, porque todo pastor de ovelhas é abominação [toevah] para os egípcios”.

Pois é. Conforme o leitor deve ter percebido, essas passagens trazem a palavra hebraica toevah, a qual apresenta a seguinte tradução, trazida pela Bíblia de Estudo Palavra-Chave Hebraico e Grego da Casa Publicadora da Assembleia de Deus:

“alguma coisa odiosa (moral), (como substantivo) uma abominação, especialmente idolatria ou (concreto) um ídolo; (coisa) abominável, abominação”.

A palavra toevah é bastante discutida pela teologia inclusiva por se encontrar presente na passagem de Levítico 18:22 e possuir como significado “algo abominável, especialmente idolatria”, referindo-se ao sexo pagão realizado em adoração aos deuses da fertilidade.

Contudo, por que Gênesis relata que para os egípcios era abominação comer com os hebreus?

Vamos entender?

Conforme ordenado por Deus, os hebreus sacrificavam ovelhas e cordeiros. A passagem de Gênesis indica que os pastores de rebanho não eram bem-vistos pelos egípcios, uma vez que esses animais eram sagrados no Egito. As ovelhas, por exemplo, representavam o deus Amon dos egípcios. Por outro lado, os hebreus comiam e sacrificavam ovelhas, o que para os egípcios era como se os hebreus comessem seus deuses, o que jamais seria admitido. Pode-se dizer que o Egito via os hebreus como “canibais dos deuses egípcios”.

Agora, veja o leitor como esse relato se encaixa perfeitamente com a passagem de Êxodo 8:26, quando Moisés diz a Faraó que não convém sacrificar a Deus aos olhos dos egípcios:

E Moisés disse: Não convém que façamos assim, porque sacrificaríamos ao Senhor, nosso Deus, a abominação dos egípcios; eis que, se sacrificássemos a abominação [toevah] dos egípcios perante os seus olhos, não nos apedrejariam eles?”

Essa passagem está descrita nos textos que relatam as pragas lançadas por Deus sob o Egito antes de Faraó libertar o povo hebreu. Quando Moisés fala “se sacrificássemos a abominação dos egípcios”, ele se refere ao sacrifício de animais que eram sagrados no Egito.

No site antigoegito.org há uma explicação acerca do deus Amon ou Amun:

Amon ou Amun: É o deus supremo do antigo Egito durante o novo reino. Era o deus principal da cidade de Tebas (atual Luxor) e constituía a tríade de Tebas com sua esposa Mut e seu filho khonsu. Amon era representado de várias formas, como homem com cabeça de animal ou apenas homem ou ainda então como animal. Alguns animais eram associados a Amon, como o ganso e o carneiro (uma raça com chifres longos).”

Note como mais uma vez uma passagem bíblica faz prova de que toevah é uma palavra utilizada para se referir a abominação relativa a rituais religiosos. Para os egípcios, os sacrifícios de animais feitos pelos hebreus a Deus eram abomináveis. Isto é, o “ritual religioso” dos hebreus era abominável para os egípcios.

Logo, essa é mais uma demonstração de que a abominação a que se refere a passagem “com homem não te deitará como se fosse mulher” possui vínculo com cultos religiosos, não havendo qualquer condenação relativa à orientação sexual homossexual.

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