Na última sexta-feira (03), a Bienal do Livro voltou ao Rio de Janeiro, e diferente do ano de 2019, quando o ex-prefeito Marcelo Crivella ordenou que um dos livros de histórias em quadrinhos da Marvel fossem cobertos por mostrar em sua capa dois garotos se beijando, na edição de 2021 do evento, os livros de temática LGBTQIA+ estão liderando as vendas.
Hoje, para quem visita a Bienal, apesar das ações tomadas por Crivella há dois anos, é possível encontrar um desenho de dois rapazes se beijando em um muro com cerca de dois metros de altura. Para o ex-prefeito, o livro em questão era “conteúdo sexual explicito para menores”, embora ambos os garotos estivessem usando roupas.
No entanto, a tentativa de barrar a disseminação do conteúdo causou na verdade um efeito rebote, e desde então as obras que abordam esse tipo de temática tiveram uma procura extremamente maior. Segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo, Rafaella Machado, editora da Galera, selo do Grupo Record, diz que esse efeito pode ter sido causado em partes devido a atitude tomada pelo Youtuber Felipe Neto.
No ano em que Marcelo Crivella insistiu para que a história em quadrinho fosse coberta por sacos pretos, o influencer comprou aproximadamente 14 mil livros LGBTs e pediu que fossem distribuídos de maneira gratuita durante a Bienal. De acordo com a editora, o alcance que Neto possui pode ter feito com que o interesse na leitura desse tema tenha sido despertado entre o público mais jovem.