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Após anos, autor de novela revela beijo gay censurado em "Os Mutantes"

O beijo da cena em questão, aconteceria entre os personagens Danilo, interpretado pelo ator Cláudio Heinrich, e Bené, vivido pelo ator Deo Garcez

Bianca Aleixo

15/12/2021 14:41

Tiago Santiago revela censura de beijo gay em Os Mutantes (Foto: Reprodução/Divulgação)

Tiago Santiago, ex-autor da emissora de televisão Record, denunciou que houve censura por parte da Igreja Universal a uma das cenas da novela “Os Mutantes”, que teve seu último capítulo exibido no ano de 2009. O autor revelou que a produção poderia ter tido a presença de personagens LGBTs.

O beijo da cena em questão, aconteceria entre os personagens Danilo, interpretado pelo ator Cláudio Heinrich, e Bené, vivido pelo ator Deo Garcez, na segunda parte da trilogia da novela. Em uma entrevista concedida ao Notícias da TV, Santiago falou a respeito da situação.

“Em Os Mutantes, a maior interferência foi não deixarem fazer o beijo gay, uma bobagem, porque tem gente que até hoje não vê a homossexualidade como algo absolutamente natural”, diz o artista ao fazer uma crítica sobre o ocorrido. Posteriormente, Santiago foi responsável por escrever a novela “Amor e Revolução” exibida no ano de 2011, pelo SBT, onde realizou um beijo histórico entre mulheres.

“Ajudei a construir o núcleo de teledramaturgia da Record, trouxe muita gente boa que está lá até hoje e vejo com preocupação o movimento de substituição de profissionais de TV, em todas as áreas, por pessoal da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus)”, afirma. O autor também diz que se fosse Cristiane Cardoso ou o Edir Macedo, buscaria se cercar dos melhores profissionais, para criar conteúdos que liderassem o ibope.

“Se eu fosse a Cristiane Cardoso ou o Edir Macedo, ia querer me cercar dos melhores e realmente criar produtos para disputar a liderança [no Ibope]. Tive problemas durante o tempo em que estive lá, por incompetência do Honorilton Gonçalves e do Hiran Silveira, como falta de pontualidade para entrar com o produto no ar, comerciais de seis a sete minutos”, declara.