O escritor e dramaturgo, Saulo Sisnando, já foi premiado também por seu trabalho junto aos palcos de teatro e agora comemora o lançamento do primeiro livro da série Infinita Coleção, “Terra de Paixões”. “Reconhecer-se com as dores e sonhos do Bernardo e do Enrico não transforma o leitor em LGBT, apenas mostra que, no final de tudo, somos todos seres humanos incompletos e imperfeitos, em busca da felicidade”, é assim que o artista vê sua obra.
Em uma entrevista concedida ao Estadão, o autor abriu o peito ao falar a respeito do livro e contou como foi o processo de criação da obra. “Meu maior desafio é fazer o leitor entender e sentir que o amor entre dois homens não é ‘amor-gay’, mas apenas amor”, inicio ele.
“Quis escrever um livro rasgadamente romântico, inspirado no universo dos livros de banca. De leitura rápida com uma trama rocambolesca e divertida, mas que também dialoga com um público que não vejo abraçado pelas atuais obras LGBT”, afirmou Saulo. O autor ainda diz que devido ao fato de o mercado editorial rotular os possíveis leitores, se homens ou mulheres, vemos poucos livros voltados para o público LGBTQIA+.
“O mercado editorial rotula as obras e define os possíveis leitores, mulheres ou homens, e pouquíssimas vezes tivemos livros destinados aos LGBT. Sempre tentávamos encontrar em histórias heteronormativas camadas que falassem conosco. Hoje nós temos livros LGBT, escritores LGBT, para o público LGBT e é bom demais essa representatividade” declara.