Depois de reclamar da imagem de homofóbico e ditador que angariou no exterior, Bolsonaro voltou a trazer o tema “costumes” à tona. O presidente
discorreu sobre alguns assuntos polêmicos nesta quinta-feira (25). O colóquio ocorreu durante o café da manhã com jornalistas. De fato, falou sobre a recusa do Museu de Nova York em sediar o evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos que o homenageia, sobre uma propaganda do Banco do Brasil que, nitidamente, aborda diversidade, e sublinhou um suposto perigo do turismo gay se alastrar.
De acordo com revelações do jornalista Lauro Jardim, Bolsonaro havia procurado
o presidente do banco, Rubem Novaes, para reclamar do vídeo, que denota um ambiente bem progressista e uma linguagem coloquial. Além de suspender a veiculação, o Banco do Brasil decidiu demitir o diretor de Comunicação e Marketing, Delano Valentim.
“O presidente e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. Saída do diretor de Marketing em decisão de consenso — inclusive com aceitação do próprio”, enfatizou o Presidente do BB. Neste mesmo contexto, não é a primeira vez que Bolsonaro veta medidas, vistas por ele, como ideológicas. Em março, chegou a criticar um curso, também oferecido pelo BB, que tematizava assédio sexual em ambientes laborativos. Aliás, neste mesmo sentido, cabe frisar que Bolsonaro é um crítico ferrenho das chamadas políticas identitárias e ideológicas.
Contudo, o presidente também resolveu fazer algo inusitado: falar sobre gays.
O presidente disse ainda que, em novembro de 2009, começou a “tomar pancada do mundo todo” ao acusar o kit gay. “Eu comecei a assumir essa pauta conservadora. Essa imagem de homofóbico ficou lá fora”, disse, afirmando que isso não prejudica investimentos. “O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias”, disse.
Ademais, segundo O antogonista, Bolsonaro teria enfatizado:
“Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.
Outro caso recente
Vale lembrar também que, recentemente, em entrevista ao canal Fox News, Bolsonaro já havia pontuado sobre sua definição de família e sobre conservadorismo que, em sua essência, é uma corrente pautada pelo ceticismo e preservação de valores atemporais, mas virou uma bandeira para disseminação de preconceito.
As informações contendo as falas do Presidente e o veto ao comercial são do
Agência Estado.