O Observatório G já conversou com a especialista trans, Ariadne Ribeiro, que é Doutoranda de Psiquiatria e Psicologia Médica, e pesquisadora do núcleo trans da Universidade Federal de São Paulo. Na entrevista, a profissional dissertou sobre pessoas trans dentro do esporte. Contudo, a diversidade como um todo dentro dos meios esportivos ainda suscita discussões.
O tema, no entanto, continua causando divergências. As discussões sobre a diversidade da condição humana sempre estiveram presentes em diferentes espaços da sociedade – e não é diferente no âmbito esportivo. A mulher sofre na tentativa de inserção nos esportes de alto rendimento, em especial nos Jogos Olímpicos, com a criação de métodos de investigação, regulação e controle de corpo com a justificativa de proteger as próprias mulheres“, começa.
O primeiro teste, por exemplo, surgiu em 1966 para verificar as genitálias e características sexuais secundárias. No ano seguinte, o Comitê Olímpico Internacional implementou a testagem cromossômica. Atualmente, o que impera são testes para verificar a concentração hormonal de testosterona, diz Roberta Gaio, doutora e mestre em Educação.
Bárbara Pires, no artigo “As políticas e produções de sexo/gênero no esporte”, mostra que “a partir das histórias que retraçamos anteriormente, em que atletas com variações intersexuais comumente passam por avaliações coercitivas e humilhantes, além de procedimentos esterilizantes e estéticos para garantirem sua elegibilidade enquanto mulher em uma determinada categoria esportiva, é bastante perturbador o COI sugerir que não seria discriminatório uma mulher com hiperandrogenismo ser assignada como homem em uma competição”.