Estamos no mês da Visibilidade Trans! Comemorado dia 29 de janeiro, data criada em 2004 pelo Ministério da Saúde após a divulgação da campanha “Travesti e Respeito”, em reconhecimento à dignidade desta população, o objetivo, também, é incentivar atividades pertinentes e aproveitar o ensejo para lutar por direitos.
“Essa é uma chance da população trans se mostrar mais, exercer sua cidadania, pleitear inclusão e políticas públicas, mas também trazer visibilidade para alguns problemas que enfrentam. Já tivemos muito progresso, mas isso não basta. Ainda somos, pelo 12º ano consecutivo, o país que mais mata transexuais no mundo”, revela Jacqueline Côrtes, professora, ativista da causa e mãe.
Acerca do sistema de saúde escasso, Côrtes pontuou – “Quando isso ocorre com trans e travestis na área da saúde, eles ficam ainda mais vulnerabilizados do que já são porque dificulta o acesso aos serviços. É comum que pessoas trans sofram situações vexatórias, sejam alvo de risadas ou tratadas pelo gênero errado. Como consequência, elas só buscam serviços de emergência e ficam sem os cuidados preventivos. É preciso pensar nas especificidades das pessoas trans, nas suas subjetividades e que sejam criados programas específicos para atender essa população”, complementa Jacqueline.
“Temos dados que mostram que quando uma pessoa se sente estigmatizada ou que há um preconceito contra ela, a chance do tratamento não ser bem-sucedido é quatro vezes maior. E a população trans é negligenciada e sofre muito estigma social. Muitas vezes as pessoas trans não se sentem à vontade para ir a um serviço de saúde e serem diagnosticadas ou pegar um remédio. São várias etapas em que o preconceito sofrido leva a uma menor chance de sucesso terapêutico. Mas existem ainda vários outros aspectos dessa estigmatização que faz mal às pessoas trans”, pondera Gabriel Antunes, médico infectologista e Gerente Médico Sr da Gilead Sciences Brasil.