Em resumo, o termo fétiche vem do francês que, por sua vez, é oriundo do português “feitiço”. Na verdade essa designação é bem assertiva pois, de fato, o fetichista fica envolvido e enfeitiçado com o objeto ou situação que lhe proporciona o prazer.
Veja também:
O primeiro estudioso a tratar do fetichismo no sentido de conceito referente ao psiquismo humano foi o psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911). Ele o fez por meio de dois artigos publicados em 1887 denominados de Le Fétichisme Dans L’amour (O Fetichismo no Amor). O termo ganhou tanta notoriedade, mas foi descoberto na Europa por Charles de Brosses, em 1757.
Brosses coloca a acepção do fetiche à tribos africanas da Guiné e da África Ocidental em relatos de navegadores portugueses. Ou seja, há uma simbiose de antropologia, psicologia, filogênese, e ontogênese.
O fetiche de pés tem uma explicação na vida do sujeito. O pé teria sido a última visualização do menino antes de descobrir que a mulher não tem pênis, o que desencadearia um trauma. É como se o pé fosse uma espécie de substituto do pênis que a mulher não possui. Mas isso é uma fonte de pesquisa. Nem tudo datado na época de Freud deve ser levado à risca ainda hoje, aliás, os artigos mais ortodoxos sequer consideram as mulheres como sujeitos ativos nestes fetiches e, sim, em menor proporção, mas também há mulheres que curtem pés. O fetiche por pés, a tara nesta parte do corpo que provoca a excitação, tem se mostrado cada vez mais comum. Há pessoas que têm por sapatos também, meias, é algo muito particular. E, desde que não infrinja nenhuma lei e nem cause sofrimento a si ou outrem, o fetiche pode ser exercido com prazer e liberdade.
A psicanálise estuda os fetiches há muito tempo, o assunto, inclusive, ganhou várias nuances. Há diferenciações entre os termos – Fetichista e fetichismo, de modo que o segundo seria uma espécie de dependência.