A população LGBTQIA+ sempre teve muitas batalhas para enfrentar, como: preconceito, falta de inclusão e aceitação pela sociedade e várias outras que precisam ser vencidas diariamente. Atrelada a todas essas questões estão algumas doenças que atingem grande parte da comunidade LGBT no país.
A depressão e a ansiedade são transtornos presentes na vida de grande parte dessa população, que ao ser negligenciada se sente sozinha e desamparada. Com a chegada da Covid-19 o número de pessoas que sofrem com um desses dois transtornos teve um aumento alarmante. Um estudo realizado pelo coletivo #VoteLGBT em parceria com a Box1824 em junho deste ano mostra que desde o início da pandemia a vulnerabilidade da população LGBTQIA+ no país, aumentou 16%.
No início do ano, os relatos de depressão dentro desta comunidade chegaram a dobrar quando comparados aos relatos de pessoas que não pertencem ao grupo LGBT. Ainda de acordo com a pesquisa levantada, 55% dos entrevistados foram diagnosticados com um risco grave de depressão em um nível severo, 30% já haviam recebido um diagnóstico de depressão e 47,5% tiveram um diagnóstico para ansiedade.
Entre as causas relacionadas aos diagnósticos, a vulnerabilidade financeira é uma das mais citadas entre os participantes, assim como o desemprego e o distanciamento das relações mais próximas, principalmente para aqueles que viviam sozinhos em suas casas, mas tinham um convívio frequente com amigos e parentes. Já a insegurança alimentar, como é classificada a situação de pessoas que passam a ter falta de acesso regular a alimentos, chegou a atingir cerca de 41,5% dos participantes, chegando a 56,8% em pessoas trans.
No ano de 2019, cientistas chegaram a afirmar esses transtornos, em específico a depressão mata mais pessoas LGBTQIA+ do que o vírus HIV/Aids. De acordo com o cientista canadense Travis Salway, uma das principais causas da taxa de mortalidade na comunidade LGBT, é devido ao estresse e desafios enfrentados por ela em seu dia a dia.
O Brasil está em primeiro lugar no ranking de países que possuem as maiores taxas de depressão e ansiedade no mundo, com 63% da população brasileira em geral sofrendo de ansiedade e 59% de depressão.