O Talentoso Mr. Ripley, história célebre de Patricia Highsmith, recebe tratamento minimalista na Netflix com o lançamento este ano na plataforma de streaming.
Veja também:
- Apesar de recorde histórico, investimento federal LGBTQIA+ ainda é insuficiente
- Legislação transfóbica desafia movimento trans e aliados a investirem em resistência institucional
- Associações defendem direitos de crianças e adolescentes no STF contra lei que censura a Parada LGBTQIA+
- CNJ proíbe discriminação de pessoas LGBTQIA+ na adoção, guarda e tutela
- Enquanto aguarda nomeação de Lula, PGR interina defende direitos de travestis e transexuais presas
- Como ser um aliado de pessoas trans sem invisibilizar e protagonizar seu papel
- Crivella deixa cariocas sem remédio para tratamento da AIDS
- Ex-empresário de Dudu Camargo diz que apresentador quer mudar imagem de gay assediando mulheres
- World Athletics diz que atletas trans não podem ser proibidos de competir em SP
- Assexualidade gera dúvidas e polêmica entre LGBTs
- Quadrinho do Chico Bento mostra conceito de família com casal gay
- Japão testa drogas anti-HIV contra coronavírus em meio a aumento de casos
- Homofobia: professor é espancado e torturado por horas após ter vídeo íntimo vazado
- Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica
- Presidente Bolsonaro veta propaganda do Banco do Brasil que investia em diversidade
- Transfobia no mercado de trabalho
- Brasileirão Série B 2024 começou! Tudo o que precisa saber
- Os principais critérios para escolher uma boa casa de apostas online
Em Ripley, o personagem homônimo é recrutado por um ricaço para localizar o herdeiro no interior da Itália. De fato, as imagens do mediterrâneo funcionam como belo contraste para a vida de pequenos delitos de Ripley.
A série, protagonizada por Andrew Scott, recém-saído do longa de temática homossexual com Paul Mescal, conta com nomes conhecidos. Dakota Fanning está sutil e comedida, e John Malkovich ficou responsável por uma ponta.
O diretor da minissérie, Steven Zaillian, aposta no preto-e-branco nos oito episódios. A decisão estética, embora cause estranhamento, confere um teor de Noir dos anos cinquenta que cabe na narrativa.
Quando lançado, o thriller de Highsmith chamou bastante atenção da crítica. Não somente por retratar um criminoso em narração de primeira pessoa, mas também pela história com profundo subtexto homossexual.
Resta saber, no entanto, se a associação da autora entre criminalidade e desejo homoerótico foi feita para chocar ou para criticar.
Longe de se obter uma resposta, acaba que tanto o livro quanto o filme se tornaram símbolos da cultura gay.
A minissérie de Zaillian não fica para trás nesse quesito, pois o diretor trabalha bem o homoerotismo no espelhamento que Ripley faz em sua contraparte mais rica.
Há uma cena especialmente marcante em que Ripley veste as roupas de Dickie (Johnny Flynn). Ripley fica diante do espelho, treinando o modo de falar e agir do herdeiro.
Vale a pena ver a minissérie pelas atuações ímpares, mas cabe mencionar que o ritmo mais lento pode incomodar no início.
Com a onda de refilmagens de clássicos e franquias requentadas, que também têm seu propósito, a reencarnação de Ripley na Netflix relembra o mérito de retomar os acertos.