No contemporâneo, temos assistido à naturalização de discursos que exalam a negação explicita das singularidades do outro como alguém com direito a existir, num desejo, por vezes, de cimentar às diferenças humanas. O assustador, neste contexto, é evidenciar uma sociedade que não se espanta com tais manifestações de barbárie, percebe-se que há, institucionalizado, um terreno fértil para excreções morais, insufladas frente a comunidade LGBTQIA+, segmento potente em lutas pela igualdade de oportunidades, pelos direitos ementares a própria dignidade humana.
Veja também:
- Apesar de recorde histórico, investimento federal LGBTQIA+ ainda é insuficiente
- Legislação transfóbica desafia movimento trans e aliados a investirem em resistência institucional
- Associações defendem direitos de crianças e adolescentes no STF contra lei que censura a Parada LGBTQIA+
- CNJ proíbe discriminação de pessoas LGBTQIA+ na adoção, guarda e tutela
- Enquanto aguarda nomeação de Lula, PGR interina defende direitos de travestis e transexuais presas
- Como ser um aliado de pessoas trans sem invisibilizar e protagonizar seu papel
- Crivella deixa cariocas sem remédio para tratamento da AIDS
- Ex-empresário de Dudu Camargo diz que apresentador quer mudar imagem de gay assediando mulheres
- World Athletics diz que atletas trans não podem ser proibidos de competir em SP
- Assexualidade gera dúvidas e polêmica entre LGBTs
- Quadrinho do Chico Bento mostra conceito de família com casal gay
- Japão testa drogas anti-HIV contra coronavírus em meio a aumento de casos
- Homofobia: professor é espancado e torturado por horas após ter vídeo íntimo vazado
- Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica
- Presidente Bolsonaro veta propaganda do Banco do Brasil que investia em diversidade
- Livro nacional gay mostra lado inédito do Brasil
- Os desafios da saúde mental na comunidade LGBTQIA+
- Reflexões sobre o Dia Internacional da Mulher: Desafios e Avanços no Brasil
Fica evidente que alguns segmentos sociais, por esgotamento de pautas e por colonizações de “conceitos empoeirados”, fincados numa ideologia segregadora, tomam por luta de extermínio, numa dimensão de bodes expiatórios, a comunidade LGBTQIA+, justificando a generalizada crise de esgotamento moral enraizada nestes segmentos excludentes que discursam como justificativa, para o sequestro de direitos, a já decadente “decência moral”.
Minha preocupação se volta, de fato, a percepção do quanto estamos primatas no sentido de respeitar a diversidade, e no âmbito do entendimento de que urge a compreensão que cada ser humano se constrói legítimo, por isso não deve ser tratado como alguém que virou isso ou aquilo, ele simplesmente é, existe, e tem o direto de ser presença no mundo.
Observo assim, que viver a máxima da comunidade LGBTQIA+, é um ato de coragem, de resistência, de celebração da vida, e ainda, da constância da boa luta, onde respeitar a condição do outro como legítimo outro é mostrar, por exemplo, que você, leitor desse texto, não caiu na vala da mediocridade, na qual ainda persistem, pessoas governadas pela crença limitante de viver nesse mundo negando à diversidade humana e tomando para si a barbárie em decidir quais vidas importam, o que me oportuniza recordar de uma costureira famosa, vizinha de bairro, em uma das cidades onde morei, dizia a sábia senhora: “Quem não gosta de gente, mas de gente de verdade, como elas são, que fique bem longe de mim”.
Pedagogo. Filósofo. Psicopedagogo. Sociólogo. Especialista em Direitos Humanos. Especialista em Comunicação na Pós-Modernidade. Mestre em Políticas Públicas. Doutor em Educação. (Contatos: E_mail: [email protected] Instragram: @rodrigo.smolareck)