Hoje em dia virou moda dizer que, as estatísticas de mortes e agressões contra LGBTs são intrincadas. E que na verdade muitas mortes acontecem cotidianamente, e o motivo não está na orientação do indivíduo e sim na violência desmedida e aniquiladora que acomete nosso país. Mas, infelizmente esta relativização da LGBTfobia não é efêmera e fugaz como toda moda é.
Na verdade a violência em sua totalidade é sim assustadora. Mas uma pessoa ser exposta a situações vexatórias, hostilizada e agredida fatalmente só por ser LGBT também é. É óbvio que assim como qualquer crime, toda denúncia deve ser analisada escrupulosamente. Toda acusação deve basear argumentos sólidos. E com exceção da morte, nada é inquestionável. Contudo, muitos tentam minimizar o horror da homofobia com retóricas inócuas, alegando que as estatísticas são dúbias.
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Um relatório feito em fevereiro deste ano, do Estudo do Grupo Gay da Bahia (GGB) documenta dados contundentes sobre o assunto e descobre que foram registradas em 2018, 420 mortes por homicídio ou suicídio decorrente de discriminação. O relatório também denota um número exorbitante desde 2001. Naquele ano, registraram-se 130 óbitos. Em 2008, foram 187. Já em 2017, atingiu-se o número recorde de 445 mortes. Os estudos são imprescindíveis para fundamentar o argumento. Mas basta sair da própria arrogância e perceber a realidade atroz e retrógrada que vivemos.
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Medidas propostas
Foram elencadas, no final do relatório, algumas medidas que ajudariam a reverter este cenário escabroso. Políticas Públicas, voltada ao respeito aos Direitos Humanos e equiparar a homofobia ao crime de racismo estão na lista. Outra coisa é cobrar da polícia uma investigação minuciosa e uma sanção proporcional ao crime. Para isso seria necessário enrijecer leis lenientes.